quarta-feira, 7 de novembro de 2012

PERDA DE UM FILHO E A DIFÍCIL COMPREENSÃO


Perdi meu neto de 18 anos. Revoltada , eu me perguntava: como Deus permitiu que a mão de um assassino se erguesse para matar a sangue frio um inocente? Inicialmente, paralelo à minha dor, crescia uma revolta enorme. Até que um dia conversei com Deus. Conversei mesmo e , lendo e ouvindo muito, pude entender e aceitar o acontecido. Voltei a ser a pessoa que sempre fui e, acho que até melhor pois nas minhas orações peço que o jovem que tirou a vida do meu menino encontre a paz.

Quando um dos seus pais morre, você perde o seu passado; quando um dos seus filhos morre, você perde o seu futuro.
(Anônimo)

A morte produz inúmeras formas de desordem emocional e de despertar espiritual. O mais importante, no entanto, é compreender que, apesar do forte sentimento de solidão, nunca estamos verdadeiramente sozinhos. Nossos entes queridos estão sempre por perto para nos ajudar a atravessar os momentos mais dolorosos, nos guiar para fora da escuridão e nos conduzir para a luz da nossa própria força. 


Há anos venho orientando milhares de pais que perderam seus filhos. A perda de um filho é, talvez, a coisa mais difícil de ser compreendida. Os pais se recusam a aceitar e acreditar: “Não é natural que um filho morra antes dos pais. Isso não faz sentido!” O ciclo natural da vida é que o filho cresça, se desenvolva, tenha seus próprios filhos e morra depois dos pais. Por isso, quando um filho morre, os pais são dolorosamente obrigados a repensar tudo aquilo que consideravam “normal”, porque suas vidas foram afetadas de modo irreparável pela imensa perda que destruiu os sonhos e a esperança.

No entanto a perda faz parte da vida e ninguém consegue evitá-la. Inevitavelmente, temos todos que enfrentar algum tipo de perda enquanto estamos vivendo neste planeta. Ela é a parte daquilo que nos torna humanos e pode causar muitas emoções intensas: da tristeza à raiva, e até ao ódio. Essas emoções podem nos destruir, mas também são capazes de contribuir para nosso crescimento e nossa evolução. A perda de um filho nos abala mais profundamente porque afeta toda a nossa vida. EM geral, os pais sentem que o filho foi arrancado de seus braços, como se um ladrão tivesse roubado tudo o que possuíam. A dor pode ser intensa demais para ser suportada. Esses  pais se sentem jogados em um grande vácuo e não sabem o que fazer para sobreviver. No entanto, eles precisarão continuar a viver da maneira mais completa possível. Como devem lidar com os sentimentos de culpa, raiva, impotência, dor dilacerante e seguir em frente ao mesmo tempo? Será que conseguirão se recuperar?

Eu realmente acredito que qualquer experiência, por mais horrível que seja, acontece por um motivo e de acordo com o plano de uma alma. O plano de uma alma é um projeto elaborado unicamente para sua evolução espiritual. E alma escolhe certos caminhos para crescer no amor, na compaixão, na bondade, calma, paciência, cura e harmonia. Esses caminhos requerem tenacidade e persistência em situações difíceis — sobretudo a morte de um filho. Cada desafio é planejado para que a alma se desenvolva e vá superando os limites da condição física. No entanto, como todas as almas têm livre-arbítrio, cada uma pode escolher quando e como irá evoluir espiritualmente e superar as imperfeições humanas. Ela faz isso através de repetidas experiências de vida neste planeta e em outras partes do Universo. O principal objetivo do plano de uma alma é a compreensão de que somos todos amor criados pelo Amor. Este é o aprendizado da alma.

Como nosso corpo e nossas emoções limitam a nossa capacidade de compreender aquilo que está além do mundo sensorial, podemos não conseguir compreender o significado por trás de  uma morte ou uma perda. No entanto, não devemos nunca perder a esperança de que mais tarde conseguiremos entender por que tal situação precisava ocorrer e quais benefícios que ela pode gerar.

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